quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Marca Mesbla se blinda contra ações para voltar ao mercado

Foto: Google.

Com retorno prometido até junho deste ano, os advogados da marca Mesbla já preparam estratégias para evitar ações na Justiça referente aos processos em que o empresário Ricardo Mansur e a extinta loja de varejos do Rio de Janeiro figuram como réus. Depois de um exílio empresarial que durou nove anos, Mansur quer uma loja virtual com o endereço www.mesbla.com.br, além de reestruturar uma loja física no Rio de Janeiro. Para tanto, seus advogados já se preparam para evitar que ações que correm contra o Mansur e a Mesbla não se misturem com a volta da marca."Quem tem débitos é a Mesbla Loja de Departamentos e não a empresa Holding. Essa está limpa, bem como sua marca. O retorno da Mesbla não deve respingar nas ações envolvendo execuções contra o Mansur", explica o advogado Wladymir Soares Brito, do escritório José Oswaldo Corrêa. "A marca nunca foi a leilão e haverá uma estratégia jurídica para preservar o nome Mesbla", completa Britto, que atua no Rio de Janeiro, ex-sede da rede. Nem as 25 execuções fiscais nas quais figuram como réus a empresa Mesbla e Ricardo Mansur, nem os 64 processos em andamento em que o empresário é réu em primeira instância no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), podem vetar a volta da marca."A Mesbla possui mais bem do que dívidas e as garantias são os imóveis próprios da empresa. A vontade do Ricardo [Mansur] era já ter iniciado os trabalhos com a Mesbla, tanto no site quanto retomar as atividades no mesmo endereço no Rio de Janeiro, o que deve acontecer até junho deste ano", revela o advogado Renato Faria Brito, do escritório Brito Associados.Bradesco x MesblaA maior motivação para voltar ao mercado se concentra nas ações movidas contra o banco Bradesco, ex-parceiro e atual algoz, que se arrastam há anos. Segundo os advogados de Mansur, o banco é o culpado pelo fechamento da Mesbla e do Mappin. "O Bradesco, dentre inúmeras condutas ilícitas, deixou de honrar compromissos assumidos em relação à subscrição de R$ 420 milhões em debêntures, arruinando a aquisição da Mesbla pela United (Participações e Empreendimentos S.A. e a United Industria e Comércio Ltda), em 1998. Até os credores do Mappin entendem que a responsabilidade sobre a falência não é do Ricardo, mas do Bradesco", afirma Renato Faria Brito.Segundo ele, uma decisão proferida na comarca de Osasco, em São Paulo, condenou o Bradesco a indenizar um acionista da Mesbla por conta da conduta do banco no episódio das debêntures. Em setembro de 1998, o Bradesco enviou a Postalis Ceres e Fundiágua um relatório de apresentação da situação financeira de suas controladas. Segundo Brito, o relatório continha dados financeiros, societários e projeções de resultados do grupo, demonstrando o uso das debêntures, e finalizava dizendo que "a empresa [Mesbla] teria uma estrutura financeira com uma confortável posição de caixa". "O Bradesco não só cortou a linha de crédito como também saiu do negócio, já que atuava como sócio", afirma.O banco se defende das acusações levantadas pelos advogados do ex-rei do varejo. "O Ricardo Mansur quer pendurar no Bradesco a conta do insucesso dele, das manipulações e do empresário incompetente que ele é", desabafou o advogado do Bradesco Sérgio Bermudes.Uma das mais recentes batalhas jurídicas movidas entre Mesbla e Bradesco, ainda sem decisão, é para que o banco disponha o valor de R$ 8 bilhões em seus balanços.O autor da ação, o advogado Wladymir Brito, afirma que a Mesbla reivindica uma indenização que representa 120% do lucro do banco em 2006. Para chegar a esse número, Brito disse que, em 2007, foi estimado o que seria o valor de mercado da Mesbla numa comparação hipotética com a Lojas Renner, cujas ações em bolsa atingiam os R$ 4 bilhões.O advogado que atua no processo de falência da Mesbla Loja de Departamentos S.A. Alfredo Bumachar, do Bumachar Advogados Associados, disse ao DCI que conversou ontem com Ricardo Mansur e o empresário também vislumbra a volta desse nicho da Mesbla ao varejo. "Está sendo realizado um estudo econômico financeiro para ter certeza de qual o melhor modo de retornar ao mercado", destacou Bumachar. // Fonte: DCI.

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